Monday, July 16, 2007

Duas questões sobre os Jogos Pan-Americanos

Tenho acompanhado a cobertura dos Jogos Pan-Americanos que estão acontecendo no Rio de Janeiro, principalmente através das emissoras de TV. Sobre isso, me sinto obrigada a parabenizar a Rede Bandeirantes de televisão, que tem se mostrado exemplar na cobertura dos Jogos, principalmente se comparada a outras emissoras de canal aberto. A Bandeirantes realmente está se preocupando em exibir o desempenho dos atletas brasileiros, nos mais diversos esportes, inclusive quando mais de uma modalidade está sendo disputada ao mesmo tempo. É vergonhoso ligar a televisão na Rede Globo em um domingo ao meio-dia e dar de cara com o A Turma do Didi e, logo depois, com um filme debilóide do Eddie Murphy, enquanto nossos atletas estão nos representando nos Jogos Pan-Americanos. É claro, o canal fechado da grande emissora, a SPORTV, se dedica à cobertura. Mas, por ser fechado, ou seja, pago, privilegia apenas uma minoria. As outras pessoas, se não fossem outras emissoras, teria de se contentar com o resumo dos acontecimentos exibidos nos telejornais e com a transmissão apenas de alguns eventos esportivos que se enquadrassem na grade da Rede Globo.

A segunda questão referente aos Jogos que gostaria de abordar é o critério utilizado para estabelecer o ranking dos países vencedores, de acordo com o quadro de medalhas. Note que apenas a medalha de ouro é valorizada, já que apenas o número de medalhas de primeiro lugar é que determina o vencedor dos Jogos. É importante lembrar que nos jogos olímpicos o mesmo critério é utilizado.
Quer dizer que: um país que está entre os três melhores do mundo em todos os esportes, por exemplo, possuindo medalhas de prata e bronze, é considerado inferior a outro país que obteve apenas um primeiro lugar, em um único esporte. Absurdo, não? Me parece que até mesmo o esporte está impregnado por uma visão capitalista injusta, que privilegia apenas o primeiro lugar em qualquer coisa.

Thursday, June 14, 2007

Yeda e Bush: investimentos acima de tudo

Chega a ser absurdo pensar que alguém que pode ser comparado a George W. Bush governa o Rio Grande do Sul. A atitude da governadora Yeda Crusius com relação à questão da silvicultura na metade sul do Estado pode ser comparada à decisão do presidente norte-americano de não assinar o Protocolo de Kyoto, documento que objetiva reduzir a emissão de gases poluentes, responsáveis pelo aquecimento global, nos países industrializados. A justificativa de Bush foi de que as medidas atrapalhariam a economia dos Estados Unidos. Yeda Crusius segue a mesma linha quando ignora o impacto ambiental causado pelo plantio de eucaliptos e apenas vislumbra vantagens econômicas no empreendimento.
O tema já vem sendo tratado desde a gestão do ex-governador Germano Rigotto, anterior à atual gestão. Na época, por causa do interesse de três empresas do setor de celulose e papel (Votorantim, Aracruz e Stora Enso) em realizar investimentos no Estado, Rigotto solicitou aos técnicos da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEPAM) um estudo que delineasse as áreas apropriadas para a silvicultura no Rio Grande do Sul e mostrasse o impacto ambiental que seria causado pelo cultivo de eucaliptos em larga escala. O plantio, então, só poderia ocorrer mediante licenciamento baseado no zoneamento apresentado no estudo da FEPAM.
A partir daí, as tensões entre as empresas papeleiras e as leis ambientais do Estado só foram se agravando, culminando com a saída da ex-secretária Estadual do Meio Ambiente, Vera Callegaro. O zoneamento desagradou às empresas, que passaram a pressionar o Estado e a ameaçar a suspensão dos investimentos no território gaúcho.
Não seria má idéia, se for percebido o nível de prejuízo ao meio ambiente. Porém, a governadora do Rio Grande do Sul acha melhor renunciar às leis de proteção ambiental e ceder às pressões, privilegiando uma elite empresarial. Justamente em um momento em que o tema referente à proteção do meio ambiente está em evidência a economista, sem pudor nenhum, explicita sua tomada de posição que privilegia o desenvolvimento econômico acima de qualquer outra questão, escondendo-se sob a justificativa de dar atenção a uma área carente de investimentos. Yeda apóia medidas imediatistas que, num primeiro momento, podem até resolver um problema, o da falta de perspectiva da população da metade sul do Estado. Entretanto, a longo prazo, as medidas resultarão em um solo empobrecido, desidratado, quase impossibilitado novas plantações, e conseqüentemente prejudicanto os agricultores futuramente, além da enorme poluição gerada pela indústria papeleira. O governo e as empresas do setor apresentam números atrativos no que se refere à geração de empregos e cifras irresistíveis representando os investimentos econômicos no Estado. Porém, escondem estas questões controversas.
É muito mais fácil para a governadora se apoiar no desespero dos camponeses, que por falta de outras alternativas acabam abraçando o plantio de eucaliptos como uma esperança, se fazendo parecer como grande solucionadora da questão envolvendo a metade sul do estado. Na verdade, Yeda arranjou uma forma de escapar de ter que desenvolver outras políticas que exijam maior estudo e dedicação por parte do governo. Optou pelo caminho muito mais simples: o de flexibilizar leis que ainda pretendem ter algum controle sobre a depreciação do meio ambiente, marcar sua gestão como responsável por uma arrancada econômica e deixar como legado para os próximos governos e para as próximas gerações a difícil e demorada missão de converter a área desmatada e recuperar um solo quase inutilizável, para que os agricultores possam se dedicar a outras culturas também.
A flexibilização das leis ambientais evidencia o caráter elitista do governo, que privilegia grandes empresários e contribui para a sociedade se manter estruturada na busca pelo lucro e pela atração de investimentos, mesmo que tenha de passar por cima de questões vitais para o mundo inteiro.

Monday, June 11, 2007

Pontapé inicial

Já postei o primeiro texto no meu novo blog, dedicado a crônicas e devaneios da minha cabeça (hehehe).

O endereço estará sempre na lista de links deste blog. É só acessar por ali!

Mas... não custa lembrar: http://historiasmirabolantes.blogspot.com

Saturday, June 09, 2007

Novo blog!

Bom, gente... criei um novo blog para publicar única e exclusivamente minhas crônicas e contos sobre os mais variados temas.. neste aqui, publicarei o que está na descrição (lá e cima, no topo do blog)... artigos, atualidade, críticas, comentários...falarei sobre livros e filmes...
O endereço no novo blog é: http://historiasmirabolantes.blogspot.com
Assim que começar as postagens no novo blog aviso por aqui!
Espero que gostem!

Monday, June 04, 2007

Summer

Pois bem. Já era quase 19h, quando eu estava atravessando a Praça da Matriz, no Centro de Porto Alegre. Caminhava com passos rápidos e leves, flutuando, distraída em meio a um turbilhão de pensamentos, viajando em meio a uma retrospectiva do dia e uma projeção dos afazeres noturnos. De vez em quando até ousava acompanhar as imagens com uma trilha sonora, cantarolando trechos de alguma música. Claro que, na maioria das vezes, quando uma pessoa se aproximava em sentido contrário eu me calava. Mas em alguns casos eu seguia cantando, na idéia de parecer descolada, fazer aquele tipo "nem aí", enfim, sem vergonha (no melhor sentido da expressão). Eis que um rapaz de terno, que passeava com um cachorro da raça poddle, se atreveu a interromper meu transe quando chamou, em alto e bom som, seu amigo canino: "Summeeeerr! Não, Summer! Aqui, não! Vem mais pra cá".
Para começo de conversa, a imagem do rapaz jovem, de terno e gravata, com seu poddle, por si só, já me pareceu esquisita. Somando-se a isso, o cão se chama Summer! S-U-M-M-E-R! Summer significa verão, em inglês. Summer poderia ser uma marca de roupas de banho masculinas e femininas, ou até mesmo de toalhas. Imagina que legal ter uma toalha da marca Summer, impressa em dourado numa grande etiqueta de fundo branco. Summer lembra cerveja. Lembra agito, praia, sol, mar, amigos e, enfim, o mais óbvio, verão. Um cachorro não pode ser chamado de Summer. Que ridículo dizer "o Summer esta com calor, dá água pra ele". Ou, pior, "o Summer está com frio, olha como ele está tremendo". Frase pra lá de esquisita, ainda mais quando é requisitado o uso do artigo antes da palavra Summer. Não combina falar "o" Summer. Seria legal dizer "comprei um biquíni da Summer!". Ou: "Tu me emprestas a tua toalha Summer para eu me secar?", "Vamos beber uma Summer?"... Agora, "O" Summer não dá.
Ei! E se for "A Summer"! Assim, do tipo, "prende a Summer que ela está no cio"! Não gosto nem de pensar.
Foi-se o tempo em que os cães só recebiam nomes simplórios, que simplesmente repetiam a mesma sílaba... "Vamos passear, Fifi?".

Thursday, May 17, 2007

Vamos plantar árvores sadias

A proposta da redução da maioridade penal voltou a ser discutida no Senado após o assassinato do menino João Hélio Fernandes Vieites, de seis anos. O fato, ocorrido na noite do dia 7 de fevereiro deste ano, reacendeu as discussões sobre o tema, mas não conseguiu promover um debate conciso, substancial, no qual argumentos e dados fossem expostos e analisados de forma responsável e racional.
Em primeiro lugar, acredito que a idade estabelecida como maioridade penal não foi baseada na possível noção que adolescentes têm sobre o que é certo e o que é errado. Por isso, acho inválido o argumento de que o direito ao voto, que adolescentes de 16 anos possuem, deveria condizer com imputabilidade penal.
Uma pesquisa divulgada em janeiro de 2004 pela Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP) da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, um dos pólos de violência no país, diga-se de passagem, mostrou que os menores de 18 anos são responsáveis por cerca de 1% dos homicídios dolosos em todo o Estado. Eles também estão envolvidos em 1,5% do total de roubos e 2,6% dos latrocínios (roubo seguido da morte vítima). Temos que concordar que, cada vez mais, adolescentes e crianças que não atingiram a maioridade penal têm participação direta ou indireta em diversos tipos de crimes. Porém, a redução da imputabilidade penal não impedirá que o mesmo continue ocorrendo e poderá até mesmo piorar a situação.
Análises feitas pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos revelaram que aproximadamente 70% das legislações do mundo estabelecem um critério de 18 anos para idade penal. E, assim como o ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente, lei fundamentada em diversas declarações e convenções dos Direitos Humanos e que oferece proteção integral à criança e ao adolescente, definem medidas sócio-educativas por um período curto. Os estudos também mostraram experiências de países que reduziram a maioridade penal e não obtiveram redução na criminalidade.
Todos nós sabemos que o sistema prisional é desumano e que as chances de regeneração e de reintegração ao convívio em sociedade são poucas. O sistema de punição para menores infratores atual pelo menos dá (ou tenta dar) uma chance ao adolescente de ainda sonhar com um futuro através de medidas sócio-educativas. O que desencadeia a onda de violência, hoje aparentemente incontrolável, sem dúvidas é a desigualdade social. Logo, a solução estaria em corrigi-la, ou seja, trabalhar na base do problema, em sua raiz. Porém, o que se faz hoje, e o que muitos querem continuar fazendo, é podar o topo. Deixa-se a árvore dos problemas crescer e cortam-se seus galhos, solução mais prática, porém ineficaz, já que nada é resolvido nunca e entra-se num ciclo interminável.
Outro ciclo infindável seria desencadeado caso a redução da idade penal fosse aprovada. Inclusive, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu resumi-lo muito bem em uma de suas declarações a respeito do assunto. Disse ele que, caso seja aceita a diminuição da imputabilidade penal para 16 anos, por exemplo, daqui a algum tempo estará se pedindo a redução para 14 anos de idade, depois para 12 e assim por diante. Até que chegaremos num ponto em que não teremos mais a quem culpar. E aí? Será que finalmente todos se conformarão de que não adianta podar os galhos das árvores doentes e que a solução está realmente em trabalhar na raiz do problema, ou seja, assegurar direitos básicos e oportunidades? Espero que sim. Mas espero que não seja necessário chegar neste ponto para que isto seja percebido. Ainda está em tempo de plantar árvores sadias e de curar as doentes.

Thursday, May 03, 2007

Teste'>http://www.interney.net/testes/teste001.php">Teste

Recebi esse teste de uma colega, por e-mail! Bem legal para testar o vocabulário!
Recomendo!